5 - EC.T.

 




E.C.T.






Fonte da imagem: Pixabay


Este texto é para ser lido ao som de E.C.T, interpretado por Cássia Eller.


https://www.youtube.com/watch?v=7MF16IsMsws


Ontem foi o dia dos namorados, data inventada pelo pai de João Doria. Data comercial, portanto, fria, sem história outra que não a do consumismo ou a do capitalismo.


Mas, mesmo assim me fez pensar em coisas do coração... ouço na voz de Cássia a menção á carta de amor e só penso na minha tese - ela é a carta na qual tenho colocado todo o meu amor - e também, todas as minhas apostas.


Desde sempre soube que esta tese seria pós-estruturalista, pois pretendo partir do feminismo negro.


Somente a partir do pós-estruturalismo - mesmo com ele sendo posterior ao feminismo negro, é que posso pensar nele em termos epistemologicos. Isso porque o pós-estruturalismo forneceu o embasamento para pensar as diferenças, o que antes não havia de maneira tão robusta.


Pretendo conduzir também um estudo decolonial e, somente com o pós-estruturalismo, mesmo sendo ele europeu, tenho respaldo para fazê-lo. Eu achei isto uma loucura enorme, mas é exatamente isto.


O pós-estruturalismo permite que se abandone as grandes narrativas, aquelas universalizantes, em prol das experiências e vivências individuais. 


E é a partir deste olhar para o pequeno, para o indivíduo que é possivel pensar em especificidades e singularidades.


Só assim é possível sair da categoria universalizante HOMEM para se enxergar a mulher. Só assim é possível sair da grande narrativa sobre as pessoas brancas para se enxergar a pessoa negra. No entanto, pensando aqui numa pesquisa feminista, uando se faz esse movimento, de sair da categoria pessoa branca, muitas vezes o que se encontra é um homem negro. 


E, para pensar na mulher negra, temos que chegar no “outro do outro”, que acabar por marcar a vivência da mulher negra, como muito bem discute Grada Kilomba no posfácio de Pele Negra, Máscaras Brancas, de Fanon. 


Essa passagem é possível devido, também, ao pós estruturalismo, o que era algo que eu já suponha quando essa tese era apenas um pré-projeto. No entanto, tenho entendido isto cada vez mais à medida  em que aprofundo meus estudos sobre a temática.


Carta de amor. Realmente feita com muito amor: minha tese e eu.


Comentários