15 - o fim?

Chegamos ao fim de disciplina. 

O último encontro versou sobre as metodologias digitais. 

Eu nao esperava que fosse tão profundo esse assunto e tampouco que eu mesma tivesse tido um encontro com ele no passado. 

No entanto, a partir das literatura sugerida para o tema e a discussão em sala de aula eu pude substituir a ideia do virtual apenas como método substitutivo quando a interação presencial não é possível para um arbouco próprio e com ferramental específico 

Nesse contexto, muito se discute do que seria esse virtual, se ali vigorariam leis próprios, mas o que se observam muitas vezes são as mesmas regras sociais do presencial, o que não impede, todavia, que as vezes possa haver um funcionamento próprio nessas interações com regras exclusivas deste ambiente virtual.

Isto me fez revisitar a minha dissertação, onde trabalhei com grupos de grafiteiras presencialmente, mas também tive a oportunidade de estar com elas em um grupo de whatsapp. E, apesar de toda a dinâmica observada presencialmente, foi nesse grupo virtual que se desvelou para mim  a dinâmica de funcionamento deste grupo, como as tarefas eram organizadas e as coisas, decididas.

No entanto, por nao saber como trabalhar esses dados e por já ter muito material em áudio, fotografia e diário de campo, acabei por desconsiderar a riqueza deste material em minha dissertação mas, hoje, me sobreveio a vontade de revisita-lo,  sobretudo apos as intervenções do Luiz Alex dizendo que havia escassez de literatura na área propondo metodologias de usos deste dados.

Na minha tese, veja bem, já estou eu novamente em um grupo de mulheres do movimento feminista negro. A partir de um encontro presencial com elas, fui incluída neste grupo, com o qual interajo as vezes mas, na maioria, apenas observo. Me valerei deste grupo em algum momento do meu doutorado para fins de pesquisa? Não sei, mas o objeto está aí.

Talvez seja essa uma das facetas do trabalho do pesquisador, a de perceber as oportunidades que se descortinam â sua frente durante o fazer da pesquisa, mesmo que aquilo chegue até ele de maneira não intencional.

Por fim, acho que me cabe fazer essa reflexão de toda a disciplina, pois, a despeito do método que eu pretendia usualmente utilizar (cartografia) na minha tese não ter sido contemplado no plano de ensino, eu pude aprender coisas valiosíssimas ao longo desses encontros a partir das minhas reflexões sobre o assunto, que ficaram todas registradas aqui neste blog.

Acho que o pesquisador precisa estar sempre de peito aberto para o novo, para ouvir e para aprender, mesmo que aquilo não venha de maneira óbvia.

Neste sentido, agradeço muitíssimo pela oportunidade, foi muito valioso, muito obrigada!

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